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Redes digitais, o compromisso com a educação

altA falta de cobertura da internet e o serviço de energia de qualidade em algumas regiões não permitiram que redes digitais chegassem fora das capitais na maioria dos casos.

Por Richard Santa

 


Computadores e internet são dois avanços tecnológicos que hoje fazem parte da vida de quase todas as pessoas e que têm causado mudanças no funcionamento tradicional de algumas áreas do cotidiano, incluindo a educação.

As redes digitais tornaram-se o compromisso de muitos governos em massificar programas de educação, tanto básicos quanto superiores, mas quão preparada é a América Latina para enfrentar essa questão?

Em termos de conhecimento, está pronto, mas em termos de infraestrutura e conexão com a Internet ainda há um longo caminho a percorrer, especialmente para alcançar regiões de difícil acesso. Isso é garantido por Juan Domingo Farnos, pesquisador e professor em e-learning, tecnologias educacionais e gestão do conhecimento.

Mas a inovação educacional envolvendo o uso de tecnologias digitais não está beneficiando todos os setores da população no mesmo nível. Isso, em parte, como consequência dos fenômenos que participam do que conhecemos como "divisão digital".

Alexander Gutierrez, da empresa colombiana Automa, argumenta que neste momento faculdades e universidades privadas estão preparadas para enfrentar redes digitais.

"No entanto, para o grande setor que é a educação pública, em países como a Colômbia, falta cobertura em vários pontos. No momento há infraestrutura, como megaescolas e bibliotecas públicas, mas ainda há falta de investimento nessa área, provavelmente por falta de orçamento."

A divisão digital

Embora a divisão digital tenha se fechado nos últimos anos, devido ao fato de que a taxa de cobertura em termos de conexões à Internet e fornecimento de computadores tem crescido exponencialmente na maioria dos países do continente, a penetração dessas tecnologias não avançou no mesmo ritmo.

A cobertura corresponde ao fornecimento de equipamentos e ao fornecimento de conexões à Internet. A penetração, por outro lado, como no caso de qualquer tecnologia, é um problema de apropriação e uso, que está localizado nas dimensões da educação e da cultura.

Para Juan Montoya, gerente de vendas da América Central e do Sul da empresa Bosch, "o estado atual da cobertura de computadores e Internet na América Latina consideramos que está em um estágio intermediário e ainda há um longo caminho a percorrer para ter uma cobertura desejada".

Juan Domingo Farnos argumenta que, para massificar ainda mais as redes digitais por meio da educação, "são necessários mecanismos de colaboração econômica, porque a Educação sem dinheiro não funciona, o que quer que os puristas digam".

Por sua vez, Fernando Zapata, que pertence ao grupo didático educacional da Universidade de Antioquia, assegura que o problema da divisão digital tem sido assumido sob a perspectiva da infraestrutura em todo o continente, e que as iniciativas de alguns países europeus e dos Estados Unidos têm sido melhor compreendidas.

Ele acrescenta que "a oferta de infraestrutura e a expansão da cobertura no serviço de Internet devem ser acompanhadas de processos de alfabetização digital porque a 'divisão digital' não é fechada por 'distribuir computadores' ou dar conexões à Internet".

Também afirma que a divisão digital tem diferentes componentes: infraestrutura, cobertura, mas também uso, apropriação, relevância social, idade, sexo, níveis de formação, afeta papéis sociais e profissões em diferentes níveis.

Ele deu como exemplo o caso da mãe de uma família que não explica como sua filha não melhora seu desempenho na escola mesmo quando ela lhe comprou um computador e a menina passa todo o seu tempo sentada "trabalhando" nisso.


"No caso colombiano, a geografia da região dificulta a oferta de acesso à banda larga a muitos locais, o outro aspecto é a falta de cobertura elétrica de boa qualidade em algumas regiões remotas onde o fluido elétrico frequentemente falha causando a queda de redes e sistemas", diz o representante da Automa.


 

Uma década de educação digital

Há uma década, as redes digitais têm sido utilizadas para fortalecer a educação, embora nos últimos anos, com o surgimento da Web 2.0, o problema tenha se multiplicado, pois permite colaboração e troca, o que faz com que a informação viaje em grande velocidade.

Assim, não só você tem mais recursos em menos espaço de tempo e sem depender de espaços físicos, isso faz com que o próprio conhecimento melhore em potencialidade.

Existem algumas experiências de sucesso na América do Sul da educação digital. Um dos casos mais conhecidos é o Plano Ceibal, no Uruguai. Juan Domingo Farnos afirma que "se eles trabalham ou não, a verdade é que há opiniões variadas, embora na realidade o que está sendo feito é introduzir TIC muito pouco a pouco, há um longo caminho a percorrer, só faltam duas coisas: atitude e dinheiro".

A maioria dos estudos e relatórios em nível regional, segundo Fernando Zapata, estão concentrados nos indicadores que correspondem à ampliação da cobertura e à oferta de infraestrutura.

"Faltam estudos que contrastam esses números com aqueles que correspondem à qualidade da educação, à relevância dos novos processos educativos que vêm sendo implementados em cada país e ao lugar que a região ocupa em relação aos outros no mundo."

Ele indicou que os resultados dos testes do PISA nos últimos cinco anos parecem mostrar, no campo da educação básica, que a qualidade da educação na América Latina está piorando a cada dia.


Segundo Alexander Gutierrez, não há referência a projetos fracassados porque este é um novo campo. "Qualquer inovação é para o benefício dos alunos e professores, devemos lembrar que independentemente da tecnologia que é sempre utilizada, o mais importante será o conteúdo e o uso que é dado, o mesmo acontece com a Sinalização Digital".


Em alguns lugares onde o governo instalou links de internet para as comunidades mais carentes, eles descobriram que ele era usado para outros fins além da educação, usado para visitar redes sociais e páginas de conteúdo adulto.

Gutierrez concluiu que os projetos são bem sucedidos ou falhados dependendo de sua gestão adequada.

Desenvolvimentos para este ano

Juan Domingo Farnos destacou que, em termos de novos desenvolvimentos tecnológicos para fortalecer a educação por meio de redes digitais, ele prevê que os computadores desaparecerão e as tecnologias dos chamados tablets, tipo Ipad, surgirão.

Além disso, em termos de comunicação, as redes sociais mudarão completamente, serão mais visuais e auditivas, mais síncrogas, com efeitos imediatos. Celulares serão multiuso, ou seja, com um telefone podemos até pagar as contas e, portanto, aprender também.

No momento, segundo Juan Montoya, inúmeras histórias de sucesso foram criadas com foco na transmissão de conteúdo audiovisual através de redes digitais, mas esse conteúdo geralmente tem sido transmitido na forma de dados, nem tanto de streaming, nem áudio como tal.

"A implantação de redes de áudio digital nas instituições de ensino ainda é uma espécie de aplicação bastante local, mas o maior obstáculo tem sido a capacidade insuficiente encontrada nas redes e às vezes os obstáculos criados pelas mesmas pessoas de TI que querem que a rede seja usada apenas para o uso de dados."

Ele acrescentou que "por segurança, eles impedem que qualquer outro participante que exija o uso desse meio seja bem-vindo, é claro que as coisas nos últimos anos vêm mudando e uma maior receptividade tem sido encontrada a esse respeito por parte das pessoas de TI".


A Automa enfatiza que as placas eletrônicas interativas, disponíveis em tamanhos de 32" a 65", facilitam o trabalho do educador. Alguns modelos incluem software de gestão de classes para a realização de avaliações e pesquisas.


Da mesma forma, a videowall de quadro ultrafino permite o gerenciamento de conteúdo digital, isso facilita a projeção da tela do computador de qualquer aluno, independentemente de ser um laptop, notebook ou tablet, sistema Windows, Apple ou Linux, para a videowall, usando redes com fio ou sem fio.

Além disso, sistemas de kit A/V, que permitem uma instalação rápida e fácil para fornecer a uma sala de aula a conectividade de áudio e vídeo necessária, incluindo microfones sem fio.

Richard Santa, RAVT
Richard Santa, RAVTEmail: [email protected]
Editor
Periodista de la Universidad de Antioquia (2010), con experiencia en temas sobre tecnología y economía. Editor de las revistas TVyVideo+Radio y AVI Latinoamérica. Coordinador académico de TecnoTelevisión&Radio.


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