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A Realidade Latino-Americana

O primeiro contato deste meio com a indústria global de A/V foi na última versão do InfoComm. Permanecem elementos importantes para começar a entender a percepção que o mundo desenvolvido tem do mercado regional.

por Julián Arcila

O mercado latino-americano de VA parece não ter sido afetado pelos ventos da crise econômica que vêm soprando nos últimos dias na região e no resto do mundo. Pelo menos é o que os pronunciamentos mais recentes feitos por profissionais do setor em entrevistas realizadas pela AVI LATINOAMÉRICA durante a última edição da InfoComm, realizada em Las Vegas, Estados Unidos, entre 18 e 20 de junho, parecem indicar.

Na opinião dos profissionais que foram consultados por esse meio, a região está avançando tanto em termos de investimentos quanto em educação, mas ainda há algumas toupeiras relacionadas à questão da dependência do custo das soluções, o que fez com que as empresas que fazem investimentos em tecnologia para o segmento A/V e iluminação tenham que substituir no soluções econômicas de curto prazo, pois não oferecem nem o desempenho esperado nem a qualidade.

A região está claramente se movendo em duas tendências que impactarão o setor de alguma forma no médio e longo prazo. A volatilidade econômica já causou desaceleração em várias economias da região, como México e Colômbia, além de certas preocupações com a inflação não oficial em países como a Argentina. Não menos importante é o aspecto da sustentabilidade e da questão ambiental, que estão tomando conta cada vez mais de espaços corporativos e serão decisivos para a indústria A/V, no sentido de que o mercado se inclinará a cada dia para soluções mais eficientes do ponto de vista energético.

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Tendências claras

 Mas, além da economia e das preocupações ambientais, a indústria tem várias tendências particulares de acordo com cada segmento específico. Devido ao tamanho da exposição é um pouco difícil mostrar informações sobre a maior parte da indústria; no entanto, esta revista apresenta alguns dados que podem ser importantes para entender a realidade do mercado.

Um dos segmentos que mais cresceu nos últimos anos é o das montagens, que avançou de mãos dadas com o desenvolvimento de telas e projetores. Nesse campo, a principal tendência observada é a facilidade de instalação, segundo Eduardo Viteri, gerente internacional de contas da Chief Manufacturing, marca de Tecnologia MILESTONE AV especializada no segmento profissional. Viteri acrescentou que "os instaladores profissionais, que compõem a maioria dos visitantes do InfoComm, atualmente precisam de soluções de montagem que sejam rápidas para instalar e não exijam muitas ferramentas para montagem, pois isso se torna produtividade para eles, já que quanto menos tempo eles levam para fazer uma montagem, mais eles serão capazes de realizar em um dia.

É importante esclarecer que quando se fala de tendências não é feito no sentido em que essa palavra é comumente usada; fala-se de realidades totalmente identificadas dentro da indústria.

Precisamente no segmento de sinalização digital, a tendência ou realidade mais importante do momento está no uso de grandes telas LED para cobrir edifícios, como é feito em Las Vegas ou Nova York. Segundo Adrián Morel, diretor geral da Lighthouse Technologies (telas de LED) para a América Latina, na região o LED exterior já está sendo usado para substituir pôsteres e outdoors, pois é um aplicativo que tem muitas vantagens, por exemplo, pode ser ao ar livre, trabalhar 24 horas por dia e se uma análise de custo/benefício for feita é sempre favorável para a empresa que faz a instalação. "Para interiores, estão sendo fabricadas telas maiores que os plasmas, uma tecnologia que tem limitações de tamanho; essas soluções estão sendo aplicadas principalmente para o que são conhecidos como shows de audiência", disse Morel.

Mas uma realidade que não pode ser ignorada é o crescente interesse dos usuários em fazer isso sozinhos soluções, ou seja, dispositivos que podem ser usados de forma fácil e rápida sem a obrigação de ter um técnico para operar o sistema. Essa tendência foi mencionada por Katia Enquanto, gerente para a América Latina da LifeSize (videoconferência em alta definição), explicou que ao contrário do que era visto anteriormente quando os sistemas eram muito difíceis de instalar e operar, hoje o usuário exige soluções em que não precisa ter um técnico ou engenheiro para poder gerenciar seus equipamentos, condição que esta marca está levando em conta para o desenvolvimento de suas soluções.

Por outro lado, essa tendência global que surgiu da mão da globalização tecnológica, que coloca escritórios e até mesmo casas completamente integradas com seus diferentes dispositivos conectados entre si, também não pode ser ignorada. Juan Montoya, gerente de vendas da Bosch Communications para a América Central e do Sul, disse que "o cliente demonstrou uma clara necessidade de integração total entre todas as suas soluções, elemento que estamos adotando para o desenvolvimento de nossos equipamentos".

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A necessidade de qualidade do usuário também está se tornando mais robusta a cada dia. Isso foi mencionado por Armando Mola, gerente de vendas da Sony para a América Latina na linha Business Solutions, que comentou que para atender a essa necessidade a empresa lançou uma nova tecnologia conhecida como Bright Era, que consiste em um painel feito a partir de um material inorgânico e com o qual maior duração e melhor definição é garantida. ón em suas cores.

Não menos importante hoje é essa orientação do usuário para a mobilidade. Isso foi indicado por Barbara Birrell, gerente internacional de desenvolvimento de negócios para os territórios do Canadá, América Latina e Ásia da 3M. Este funcionário explicou que "cada vez mais pessoas de negócios esperam poder usar a mesma tecnologia em qualquer lugar e o grande desenvolvimento em áreas como telefonia é um sinal de que as pessoas querem ser mais portáteis a cada dia e levar sua tecnologia para mais locais".

Compêndio de negócios na América Latina

Ao analisar o que foi dito pelos especialistas entrevistados, é possível deduzir que os negócios na América Latina ainda não foram afetados pelas ameaças da crise econômica global. Os representantes das empresas pesquisadas destacam como é cada vez mais comum encontrar na região empresas comprometidas e dispostas a investir na mais recente tecnologia disponível no mercado. Da mesma forma, destacam como os acordos relacionados à execução de projetos importantes foram mantidos, o que facilitou que um número considerável de bons negócios chegue a uma conclusão bem sucedida.

No caso da Chief Manufacturing, as coisas têm sido bastante positivas, pois tiveram um crescimento constante de aproximadamente 30% nos últimos anos, isso sem contar o desempenho no mercado brasileiro. Espera-se que o crescimento seja ligeiramente maior este ano, disse Viteri.

Para Lighthouse, as notícias não são menos boas. Segundo Adrián Morel, a empresa também sofreu um crescimento aproximado de 30%. "Há quatro anos praticamente não havia penetração na região. No primeiro ano de operações, foram vendidas 10 telas. No segundo ano esse número chegou a 15, e para esta temporada vamos chegar entre 20 e 30 unidades. Grandes empresas de publicidade perceberam que essas soluções são uma opção melhor e já hoje temos projetos em que estamos falando de 10 telas por cidade", disse esse profissional.

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Outra empresa que apresentou resultados positivos foi a Inter M Americas, que através de seu diretor de vendas para a América do Sul, Javier Navarro, apresentou um crescimento de 60%, resultado que foi impulsionado pela duplicação das vendas na América do Sul. "Esperamos um crescimento maior este ano", disse ele.

A Bosch também obteve bons números e atingiu um crescimento de 30% durante 2007 e para este ano espera um crescimento de mais de 10%, segundo Montoya. A redução da meta de crescimento deve-se a um ajuste lógico que ocorre após o crescimento significativo ser alcançado.

A Sony também fez seu relatório e através de Armando Mola informou que em 2007 houve um crescimento de 12% na linha total, número que deverá ser ultrapassado no final deste ano, chegando a 20%. Para alcançar o exposto, os diretores da multinacional realizaram um projeto conhecido como Condor, que consiste em dobrar as vendas em mercados como Peru, Chile e Argentina, especificamente nas linhas de fotografia digital, projetores e telas.

Para um mercado desenvolvido

Sempre que falamos da América Latina como mercado, há uma grande preocupação sobre o quão desenvolvida ela é em relação aos Estados Unidos, Europa e Sudeste Asiático.

Os funcionários entrevistados deram suas opiniões sobre o que eles acreditam estar faltando na América Latina para alcançar de uma vez por todas aquele lugar cobiçado entre os principais mercados do mundo.

Para Eduardo Viteri, o desenvolvimento é uma questão de tempo, pois na sua opinião o consumidor latino gosta muito de novas tecnologias de mercados desenvolvidos.

Adrián Morel, por sua vez, disse que a América Latina tem que parar de considerar o fator preço como o mais importante na hora de comprar, pois a longo prazo as soluções adquiridas sob essa premissa acabam funcionando de forma inadequada. "O que a região precisa é melhorar mais em termos de qualidade de compra, pois dessa forma os projetos vão render mais no longo prazo", disse Morel.

Navarro, da Inter M Americas, concordou com a Viteri, e acredita que a médio prazo a América Latina vai acabar se consolidando, graças à engenhosidade e criatividade do integrador local.

Enquanto isso, Juan Montoya, da Bosch, explicou que o que falta é mais conhecimento e treinamento. "É algo em que estamos focando, fundando academias em muitos países e isso nos trouxe resultados muito bons", disse ele.

Neste primeiro contato com a indústria global de A/V, restavam muitos elementos para entender o importante papel que a América Latina tem dentro do mapa mundial dessa tecnologia. O sinal talvez mais claro do acima é que, ao contrário de outros segmentos industriais com os quais o editor teve contato, neste negócio empresas internacionais tentam chegar à América Latina através de pessoas da região como a ponta de lança de sua estratégia comercial. Outros são mais experientes e têm como representantes na região estrangeiros que simplesmente querem conhecer em primeira mão a dinâmica econômica deste território.



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